Só existe a buscar incansável pelo conhecimento
porque se permite o estado continuo de ignorância,
não existe nada mais lamentável do que ter todas as
respostas. Permita-se perder, perder-se cada vez
mais, para que possa, em uma ilusão, se encontrar,
se encontrar só com o propósito de perde-se
novamente. Venho lutando contra você, nunca contra
mim pois eu não existo diante meus olhos, serei
sempre constituída de memória, imagens alteradas
em devaneio de matéria. Não tem nada mais
complexo do que uma imagem, nada mais complexo
do que eu perante minha percepção visível, do que
você perante sua percepção visível. Me proponho a
te ver como me vejo, em mar, abandonar sua forma
tangível, te cultivar em consciência, para que enfim
eu possa me perder novamente, dessa vez me
perder em você e em mim, enquanto flutuamos
nessa memória tão volúvel quanto nós mesmos.


trabalhos de Cecília Lima, Helena Dalbone, Isadora Almeida,
Romulo Barros e Stenio Freitas




Curadoria de Malu Serafim

P é l a g o